sábado, novembro 16, 2024

Maior exposição de Jean Painlevé em Portugal



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 "Quem antes dele tinha visto o ciclo da muda de um camarão? Observado a influência da luz no movimento de um ovo de truta? O focinho de um jovem cavalo-marinho ou os tentáculos de uma hidra de água doce?" Ampersand


A Culturgest apresenta, entre 23 de novembro de 2024 e 23 de março de 2025, a maior exposição em Portugal dedicada ao trabalho do documentarista francês Jean Painlevé. A inauguração tem lugar a 22 de novembro, pelas 22:00, com entrada livre, e a exposição é comissariada por Ampersand.


Ampersand – uma plataforma artística que inclui, mas não se limita, à concepção de exposições – foi fundada por Alice Dusapin e Martin Laborde em Lisboa, em 2017. Esta exposição é comissariada por Alice Dusapin, Martin Laborde e Baptiste Pinteaux.



Jean Painlevé (1902-1989) foi uma das figuras mais peculiares da cultura francesa do século XX, devendo a sua posteridade às cerca de 200 curtas-metragens que realizou entre meados da década de 1920 e o início da década de 1980, nas quais retratou um insólito bestiário subaquático, cruel e maravilhoso. Nesta exposição, é apresentada uma seleção de filmes raros e impressões fotográficas de Jean Painlevé e Geneviève Hamon, sua companheira, e colaboradora mais próxima, desde que se conheceram em 1924, até à sua morte.


Pioneiro documentarista e fotógrafo da vida animal e, em particular, da fauna subaquática, Painlevé logrou inserir-se nos circuitos artísticos de vanguarda da primeira metade daquele século por via do arrojo estético e experimental dos seus filmes e imagens.


Impulsionadas pela firme convicção de que "a ciência é ficção", as produções filmográficas de Painlevé são fruto do contraste entre o compromisso pedagógico com que documentava o comportamento dos organismos marinhos e a apetência para recorrer a técnicas de filmagem e edição criativas que acabavam por aproximá-las de algumas das propostas surrealistas da época. Embora se orgulhasse de estabelecer factos irrefutáveis nos seus filmes, sacrificou muitas vezes o verdadeiro ao verosímil, e a sua obra está carregada de aproximações que este criador não se inibia de assumir. Os seus filmes “de investigação” pretendiam ser o reflexo mais fiel das realidades objetivas, ao passo que os filmes que qualificava como “de divulgação e educação”, destinados ao grande público, se entregavam a uma estilização extrema que em nada diminuía a sua utilidade pedagógica.


Na realidade, para Painlevé, o mundo aquático era, antes de mais, um meio de exercer a sua paixão pela realização: a iluminação, a montagem, contar histórias com música. Através da lente da sua câmara, desvendou um universo anteriormente interdito a seres humanos – das profundezas obscuras dos oceanos aos pântanos lamacentos, ou ao mundo microscópico das células cuja contemplação se revela fonte de puro deslumbramento.

 


Visitas guiadas

Durante o tempo de permanência da exposição terão lugar algumas visitas guiadas à exposição de Jean Painlevé. No dia 23 de novembro, realiza-se a visita com a equipa curatorial, e nos dias 7 de dezembro, 25 de janeiro e 8 de março, com Ana Gonçalves. Todas às 16:00.



Horário e bilhetes

A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 11:00 às 18:00. De terça a sábado, o bilhete custa 5€ (com descontos) e, no domingo, é gratuita.


Outras Exposições

Na Culturgest, em Lisboa, para além da exposição de Jean Painlevé, podem ainda ser visitadas as exposições de Alexandre Estrela, A Natureza Aborrece o Monstro, e de Isabel Carvalho, Editoria Errância (ambas até 2 de fevereiro). Na Culturgest Porto, está patente a exposição O Chão é Lava!, com curadoria de Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca (até 12 de janeiro).

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https://Culturgest.pt

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