Slowburner é Élvio Rodrigues.
Um piano voador com single e álbum novo.
Audio de disco: https://www.dropbox.com/scl/fo/3xhuhcbxbngpxo0acx50e/ABkq1F6AQE8dVEFb_ywxeao?rlkey=9mpf667c9ln5npk2u0t0j7tr1&dl=0
Fotos (créditos Filipa Antunes): https://www.dropbox.com/scl/fo/izu5hnxxcp40c0s3dj2zl/AILGkdVJ9FztdJdr-9hcBQE?rlkey=scsev880emcnzt0syh27kfxyd&dl=0
Vídeoclip “All the possibilities of the universe”: https://www.youtube.com/watch?v=b6s0w15Mebo
Plataformas digitais: https://distrokid.com/hyperfollow/slowburner/all-the-possibilities-of-the-universe
Às vezes é preciso mudar os móveis do lugar. Desarrumar. Esqueçamos por um momento as prateleiras ordenadas da música. Pop, rock, clássica ou electrónica. Pensemos em música sem classificações, como a vida, orgânica, imprevisível e misteriosa, aceitando que não conseguimos decifrar tudo, a partir de uma música instrumental de sensibilidade clássica, onde o piano é omnipresente, bem como os ambientes e uma consciência que parece pop.
Élvio Rodrigues é Slowburner. É da popular ou da clássica? Da aprendizagem formal ou autodidata? O que interessa por agora é que existe um single e um videoclipe (“All the possibilities of the universe”) para mergulhar, e em Setembro haverá todo um álbum (“Life Happens In The Interim”) para decifrar.
Não é um desconhecido (antes já lançou o EP “Before I Return To Dust” em 2017 e a mixtape “Sunday Mornings Are For Piano” em 2019), mas dir-se-ia que este é um renovar de energias, como se fosse a primeira vez. No tema e vídeo que agora são revelados são representadas realidades diversas, com Élvio tentando equilibrar as diferentes facetas da vida – os afetos, o tempo, a saúde, o mundo interno em contraponto ao externo – como a sua música, balanço entre notas de piano, tempo, espaço, percussão e atmosfera. Música que sugestiona, que convida à imersão, um lugar mental aberto às mais diversas possibilidades. Como o álbum que será lançado depois do Verão.
Serão nove temas de notas ou cascatas de piano, sons concretos do quotidiano (o mar, as ruas, as crianças), ambientes e ocasionais motivos percussivos. Um território híbrido, seu. Mas ao qual se pode tentar dar uma família, ou várias famílias, porque não existe uma nomenclatura consensual para os nomear. Neoclássicos, pós-clássicos, clássicos modernos, são algumas dessas denominações que foram sendo arremessadas para o espaço público nos últimos anos, no fim de contas, refletindo a dificuldade em situar a música de Nils Frahm, Ólafur Arnalds ou Max Ritcher, em fórmulas estáveis.
Slowburner está, e não está, aí. Está num ponto de confluências, onde se incluem diversos elementos sonoros e diferentes formas de os experimentar, com essa certeza de que é música que é capaz de transformar a relação connosco próprios, e a realidade circundante, através de sons calorosos e intimistas, mostrando que a realidade é por vezes mais fascinante, porque imperfeita e imprevisível, do que as prateleiras onde a tentamos arrumar.
Élvio Rodrigues é Slowburner, da Madeira, a viver em Lisboa. Mas isso é de onde vem. Relevante, mas não determinante. Na sua música está inscrito para onde quer ir. E isso é que é importante para quem quiser ir com ele.
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