A Filmin estreia a 28 de dezembro um documentário sobre deepfakes pornográficos e a violência e abuso contra mulheres na Internet.
A angustiante história real de Taylor, uma estudante universitária que tenta obter justiça depois de ter descoberto pornografia falsa de si própria a circular na Internet.
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90% dos conteúdos deepfake criados com Inteligência Artificial são pornografia não consensual protagonizada por mulheres. Com base nesta estatística chocante, este documentário mergulha-nos na história de uma dessas mulheres, uma estudante de 23 anos, cujo rosto foi descoberto e replicado na rede.
A Filmin estreia a 28 de Dezembro, o documentário Another Body, realizado pelos estreantes Sophie Compton e Reuben Hamlyn. O filme ganhou o Prémio Especial do Júri no SXSW Film Festival, em Austin, e recebeu duas nomeações para os British Independent Film Awards.
Another Body segue uma jovem estudante de engenharia, Taylor, que descobre que está a circular na Internet um vídeo pornográfico protagonizado por ela; um vídeo que nunca filmou, mas que foi manipulado digitalmente para substituir de forma convincente a imagem da atriz pornográfica pela sua própria imagem.
Através deste documentário, os realizadores alertam para um problema real que as autoridades não estão a conseguir resolver na maioria dos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, os deepfakes são legais em 48 dos 50 estados, embora, como explicam os realizadores 90% dos deepfakes que encontramos online utilizam imagens de mulheres sem o seu consentimento para gerar vídeos pornográficos. Os realizadores explicam que a maioria das vítimas não sabe quem é o autor do crime, a que cantos do mundo chegou o vídeo e quem o viu. Quando o vídeo aparece na Internet, fica lá para sempre.
A Amnistia Internacional criou o termo "efeito silencioso" para falar das consequências destes ataques, que afectam desproporcionadamente mais mulheres do que homens. Os seus círculos de confiança são reduzidos, a sua presença online é diminuída e a sua participação plena em todos os aspectos da vida é reduzida, explicam Compton e Hamlyn. Para Taylor, o abuso fá-la afastar-se do seu círculo de amigos e pode mesmo considerar a hipótese de abandonar a escola.
Para proteger Taylor e as outras vítimas do filme, os realizadores optaram por alterar os seus nomes. Sabemos que as comunidades em linha como o 4Chan podem tornar-se muito agressivas e retaliatórias, diz Hamlyn. Mas o principal problema reside no desamparo e na solidão que as vítimas enfrentam. A polícia, a família, os amigos e os jornalistas fazem-lhes sempre as mesmas perguntas: "Se o vídeo não é real, porque é que estás assim? O que é que fizeste para que te fizessem isto? Juntamente com o filme, os realizadores lançaram a campanha #MyImageMyChoice para apoiar as pessoas afectadas e realçar o facto de que qualquer pessoa com um perfil nas redes sociais, seja ela famosa ou não, é uma potencial vítima de deepfakes.
O filme estreia a 28 de Dezembro, em exclusivo, na Filmin.
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