segunda-feira, outubro 09, 2023

O realizador Maurice Pialat em exclusivo na Filmin com 10 obras restauradas.

 

A Filmin estreia a 12 de Outubro, em exclusivo, dez obras do cineasta Maurice Pialat (1925-2003), figura mítica do cinema francês, em novas cópias digitais restauradas, realizadas entre 1968 e 1995, que figuram entre as grandes obras do cinema da segunda metade do século XX. 


 Um Pialat “completo” com duas obras inéditas comercialmente em Portugal, A Infância Nua (1968) e Primeiro Passa no Exame (1978). São dez filmes, uma obra colossal e “brutalista”, de um cineasta que “habitava o olho do ciclone”, como escreveu Serge Daney, selecionada e galardoada em Cannes, Veneza e Berlim, nos Césars e com os Prémios Jean Vigo e Louis Delluc, com sucessos críticos e de bilheteira como o milhão e setecentos mil espectadores de Quando o Amor Acaba (1972) ou o milhão de Loulou (1980), mas também alguns reveses, como o filme que levou a Lido Films à falência, A Vida Íntima de um Casal (1974), uma verdadeira obra-prima, a pedir expiação urgente e devida dos espectadores.



A Infância Nua (1968)
Um comovente filme sobre a infância, a primeira longa-metragem de Maurice Pialat assina o manifesto do seu cinema exigindo um "descobrimento" da realidade. Esta obra inédita comercialmente em Portugal é um filme calo em estilo semi-documentário que utiliza apenas não-actores para contar a história de François, um pré-adolescente turbulento numa família de adopção e os seus desajustes emocionais. 


Quando o Amor Acaba (1972)
A segunda longa de Pialat é um notável exercício de análise sobre as dificuldades inerentes a um relacionamento, que valeu a Jean Yanne o prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes. Baseado num romance do próprio Pialat e no trauma da sua vida pessoal nos anos que antecederam o filme, "Quando o Amor Acaba" foi um êxito de bilheteira na altura da sua estreia e mantém o seu poder até aos dias de hoje.


A Vida Íntima de um Casal (1974)
De modo introspectivo, Pialat assina um filme implacável sobre a morte convocando actores profissionais e não-profissionais para uma das suas obras mais complexas e sensíveis.



Primeiro Passa no Exame (1978)
Do amor à ansiedade dos exames, todos os sabores da vida escolar e adolescente são servidos neste irresistível retrato de uma juventude insatisfeita de Maurice Pialat. Encontram-se nos cafés, fumam, adoptam certas atitudes e professam certezas, mas cada um destes jovens tenta, de facto, decifrar o futuro imediato.


Loulou (1980)

Em "Loulou", o autor francês estabelece de forma inconfundível um método único de direcção e actuação, consolidando o que viria a ser conhecido como o 'estilo Pialat'. A sétima longa-metragem de Pialat marca também o primeiro encontro do realizador com o actor Gérard Depardieu. Pialat explora livremente atitudes novas e ocasionalmente não convencionais e desconhecidas em relação ao sexo, ao amor e à vida, através das personagens de Depardieu e Huppert.


Aos Nossos Amores (1983)
Esta história da descoberta do sexo e do amor por uma adolescente, é um dos filmes icónicos de Pialat, no apogeu de uma certa forma de filmar, e que nos faz Sandrine Bonnaire.  Um equilíbrio notável entre o diálogo e a forma como é filmado que valeu a Pialat o prémio de Melhor Filme nos Prémios César.


Polícia (1985)
Trabalhando a partir de uma história de Catherine Breillat, a sétima longa-metragem de Pialat aborda o cinema policial da forma menos convencional possível: mistura actores profissionais e amadores, transforma a imagem de Sophie Marceau, exclui todas as possíveis cenas de ação e foca-se na caracterização de um único polícia, um Gérard Depardieu em estado de graça que venceu o Prémio de Melhor Actor no Festival de Veneza em 1985. 


Ao Sol de Satanás (1987)
Nesta adaptação literária a partir do poderoso e controverso romance homónimo de Georges Bernano, Pialat encara a tarefa de romper com todas as características que até então tinham marcado o seu estilo cinematográfico. Uma das Palmas de Ouro mais polémicas da história do Festival de Cannes, é uma experiência cinematográfica que é tanto um tributo à sua ousadia artística quanto uma exploração inovadora do tema da fé católica. 


Van Gogh (1991)
O filme de Pialat, visualmente impressionante, concentra-se inteiramente nos últimos três meses do pintor em Auvers-sur-Oise, sob os cuidados do amável patrono das artes Dr. Gachet. No seu centro está um retrato duro e pouco sedutor do pintor holandês, num incrível desempenho de Jacques Dutronc premiado com um César de Melhor Ator. 


O Miúdo (1995)
O último filme de um dos maiores cineastas da história, fecha a obra de Pialat com o mesmo nível de excelência que caracterizou toda a sua carreira. Com o seu invulgar sentido de intimidade e a sua capacidade de navegar com perspicácia entre as nuances do comportamento humano, Maurice Pialat desenrola uma história despretensiosamente devastadora de paixões deslocadas.


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