sexta-feira, julho 18, 2025

Ricardo Reis Soares - Singles "A velha bailarina"

Ricardo Reis Soares nasceu em Braga e vive em Lisboa. Muito novo teve aulas de piano e mais tarde descobriu na guitarra uma confidente ouvinte das suas histórias. Passou pela Academia Valentim de Carvalho e estudou jazz no Hot Clube de Portugal.


 


Músico, compositor, traz para as suas canções a sua interpretação do mundo através da sensibilidade de quem o escuta devagar, o olha através dos detalhes e conta histórias através de seus personagens reais e fictícios. O quotidiano, as coisas mais simples do dia a dia, têm sido o que mais o inspira a compor e a escrever. O primeiro EP Contra tempo sairá no final deste ano, com produção de Miguel Marôco.


 


“A velha bailarina” é o título da canção e terceiro single partilhado pelo cantautor. Retrata a história de uma mulher idosa, bailarina, cuja passagem do tempo não a esqueceu. Ela encontra-a em cada gesto e em cada movimento do seu próprio corpo. Retrata a velhice e como esta se faz notar não só fisicamente como na perspetiva com que o mundo pode ser olhado na sua presença.


 


O videoclipe, cujas filmagens decorreram no theatro-club na Póvoa de Lanhoso, em Braga, foi realizado por Luís Castro e conta com duas participações especiais: a talentosa bailarina Margarida Braz e a avó Guida, avó de Ricardo Reis Soares.


 


Ao vivo, Ricardo Reis Soares apresenta-se tanto a solo como com a sua banda. Enquanto o disco não sai, podem ouvir algumas das novas canções nos seguintes concertos em Lisboa: 19 de Julho na Cossoul e 3 de Agosto na Tasca das Artes em Lisboa.


 


Letra:


 


Um sopro cansado no silêncio


Solta memórias que o velho tempo


Desfaz em pó


 


O rosto pesado de momentos


Grita as histórias que o velho medo


Refaz tão só


 


Fecho os olhos, já não sei


Se o meu corpo balança


Se roda no vazio


Mesmo que encharcado e frio


Embalo as horas só para ver


Se o pé descalço dança


Se enche o céu de flores


Espalhe cores num só rodopio


E me lembre quem sou


 


As mãos enrugadas, desalento


Vestido amarrotado que já não assenta


Já não serve bem


 


O corpo curvado e sedento


Dum palco iluminado, uma plateia atenta


Não se vê ninguém


 


Fecho os olhos, já não sei


Se o meu corpo balança


Se roda no vazio


Mesmo que encharcado e frio


Embalo as horas só para ver


Se o pé descalço dança


Se enche o céu de flores


Espalhe cores num só rodopio


E me lembre quem sou


 


Bengala ao chão


Cabelo ao vento


Talvez canção


Talvez lamento


Se mais não digo


Falo do tempo


Dos males antigos


Sacudo o medo


São horas demasiado lentas


Contra a pressa de cada dia


Se a memória não me falha


Já Saramago dizia


E sem querer incomodar


Só uma coisa vos pedia


Neste resto de solidão


Um resto de companhia


 ...

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